
Um diplomata polaco, encarregado de estabelecer contacto com judeus em todo o mundo, foi demitido depois de ter criticado a abordagem do Governo relativamente à lei do Holocausto.
Jaroslaw Nowak descreveu a lei que criminaliza o discurso sobre o Holocausto como “estúpida”, numa entrevista ao Jewish News, um semanário do Reino Unido.
LEI DO HOLOCAUSTO: DO QUE SE TRATA?
Em 2018, o parlamento da Polónia aprovou uma lei que criminaliza a associação da Polónia aos campos que os nazis instalaram no país durante a II Guerra Mundial. A lei tem como objetivo lutar contra as alegações de que a Polónia, vítima da Alemanha nazi, era responsável pelo Holocausto. Entretanto, muitos israelitas sentiram-se indignados com a lei, que consideram ser uma tentativa de encobrir o facto de que alguns polacos tinham matado judeus.
Além disso, o diplomata defendeu que a Polónia devia aprovar uma lei sobre restituição de propriedades, uma vez que muitos viram as propriedades confiscadas pelos comunistas. Entre os afetados estão sobreviventes do Holocausto e os seus herdeiros. No ano passado, o Governo aprovou uma lei que permite anular decisões judiciais que envolvam bens confiscados há mais de 30 anos, incluindo restituições e indemnizações.
Sem revelar a justificação, o ministro Zbigniew Rau demitiu o diplomata no sábado, anunciou um porta-voz do Governo no Twitter.
A demissão de Jaroslaw Nowak acontece depois de um embaixador polaco em Praga ter sido repreendido por criticar o Governo. Miroslaw Jasinski, que se opôs a uma disputa com a República Chega sobre uma mina de carvão, falou de “arrogância” do lado do executivo polaco.
Fonte: SIC Notícias
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